Resolução da AR com base em diploma do PCP

Pela concretização<br>do cadastro rústico

A Assembleia da República recomendou ao Governo a criação urgente de um cadastro rústico em Portugal. Uma resolução nesse sentido foi recentemente publicada no Diário da República.

Tomada a partir de uma iniciativa legislativa do Grupo Parlamentar do PCP, a recomendação defende uma avaliação das experiências piloto que decorreram em sete concelhos com vista à realização do cadastro predial.
Este deve ser «um primeiro passo para a definição de uma estratégia e posterior incremento do trabalho de levantamento do cadastro rústico em Portugal, «assente em equipas no terreno», sustentou o deputado comunista João Ramos aquando do debate em plenário, em Outubro passado, do projecto de resolução da sua bancada que veio a dar origem à resolução do Parlamento.

Ao Governo é ainda recomendado que dote os serviços públicos dos técnicos de cadastro necessários ao acompanhamento desta tarefa extraordinária, bem como à posterior gestão do cadastro.

Igualmente necessárias, segundo o texto aprovado pela AR, são «medidas extraordinárias de regularização de propriedades transitadas por herança, com custos reduzidos para a pequena propriedade».

Expiar pecados

Três dos quatro pontos do projecto de resolução do PCP que veio a dar origem à recomendação agora publicada em DR foram aprovados com os votos contra ou abstenção do PSD e do CDS, autores, por sua vez, de um projecto de lei visando criar o «Sistema Nacional de Informação Cadastral», que baixou à comissão para discussão na especialidade, sem votação, por um período de 90 dias.

Sobre estes partidos recaiu a crítica do PCP quanto à oportunidade da apresentação da sua iniciativa legislativa, com João Ramos a assinalar que PSD e CDS parecem querer «expiar os seus pecados», uma vez que nada fizeram enquanto foram governo.

O parlamentar do PCP não deixou de lembrar, de resto, que a falta de concretização do cadastro rústico no nosso País se deve apenas à «falta de determinação política» de sucessivos governos, não disponibilizando nomeadamente os recursos necessários à sua realização.

E as experiências piloto que avançaram, com um custo muito inferior ao previsto devido ao recurso a trabalhadores precários no terreno e sem responsáveis técnicos em permanência, acabou por revelar dificuldades bem patenteadas aliás nas reclamações que entretanto surgiram.

Daí a posição do PCP em defesa da constituição de um corpo de técnicos cadastrais junto da Direcção-Geral do Território, entendendo que esse seria um factor da maior importância para «levar por diante esta tarefa».




Mais artigos de: Assembleia da República

Concessionar é privatizar

A defesa dos serviços públicos da água, saneamento e resíduos, bem como da sua gestão pública, voltou a ocupar a atenção da AR, com o debate centrado numa petição e em diplomas do PCP e do PEV.

Respeito e valorização dos direitos

«Não há trabalhadores nem serviços públicos a mais, há a menos». Essa é a convicção do PCP, que defende por isso ser necessário «assegurar o número de trabalhadores adequado ao seu funcionamento, bem como as condições materiais dos serviços».

Alargar protecção do Estado

Foi aprovado, na generalidade, com a abstenção do PSD e do CDS, o projecto de lei do PCP que altera a Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo alargando o período de protecção até aos 25 anos. Propostas do PS, BE e PAN que vão também no...

Pela uniformização do calendário

O Parlamento aprovou no passado dia 22 de Dezembro a recomendação ao Governo proposta pelo PCP para que seja uniformizado o calendário escolar no ensino pré-escolar e no ensino básico. O diploma comunista, que esteve em debate conjuntamente com um outro do BE e uma petição...

Não à mercantilização

Foi recentemente chumbado, com os votos contra de PS, PSD e CDS-PP, o projecto de lei do PCP destinado a vedar a «mercantilização do abastecimento público de água, de saneamento de águas residuais e de gestão de resíduos sólidos urbanos». O diploma...

O direito a viver<br>na Ria Formosa

O deputado comunista Paulo Sá instou as comunidades locais das ilhas-barreira da Ria Formosa a manterem-se «muito vigilantes» face à eventualidade de, a «qualquer momento», poder «regressar a sanha demolidora». O aviso foi feito no passado dia...